Vou indo



Na vertigem da emoção, um coração galopa-lhe desordenadamente. Às cegas, já sem fôlego, descuidada na forma de andar, dá mais um passo, hesita mas dá mais um passo, e já imensamente próxima dele, suspira uma imensa vontade - Dá-me um beijo! Implorou-lhe com os olhos. - Dá-me um beijo! (Ou vou ter que o imaginar). Deixa cair o vestido pelo corpo abaixo e a virtude esbata-se, tão breve quanto uma passa, de um cigarro, que se devolve ao ar. Depois caminha até à porta e em nome de tudo que só se sente num abraço, promete-lhe não voltar… pensa baixinho - Teríamos sido felizes, se por inteiros os nossos lábios entregássemos e sem medo falássemos do medo de não ficar! . 

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